Análise

Alta do frango vivo melhora poder de compra dos avicultores em julho, aponta Cepea

Por outro lado, incertezas com tarifas dos EUA pressionam preços dos ovos

Pintinhos recém-nascidos na granja, fase inicial da criação de frango
Foto: Wenderson Araujo/Trilux/CNA

O poder de compra dos avicultores paulistas frente aos principais insumos da atividade – como milho e farelo de soja – voltou a subir na parcial de julho, após recuar no mês anterior. A melhora está atrelada à valorização do frango vivo e à queda nos preços dos insumos, conforme aponta levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Depois de forte desvalorização em junho, motivada pelas restrições impostas por parceiros comerciais em razão da detecção de um caso de gripe aviária em Montenegro (RS), os preços do frango vivo negociado em São Paulo começaram a reagir. A retomada gradual das exportações por alguns países tem sido um dos principais fatores para a recuperação.

Mercado de ovos em queda com incertezas comerciais

Enquanto o frango ganha força, o mercado de ovos enfrenta um cenário oposto. Os preços encerraram a primeira quinzena de julho em queda em todas as regiões acompanhadas pelo Cepea. A retração é atribuída à menor demanda interna, influenciada pelas férias escolares, e ao ritmo lento das vendas no atacado e varejo.

Além disso, o setor está em alerta diante da ameaça de tarifas de 50% anunciadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Os EUA foram o destino de 61% das exportações brasileiras de ovos no primeiro semestre deste ano, com um crescimento expressivo de 1.274% em relação ao mesmo período de 2024.

Apesar da forte dependência externa nas vendas, o Cepea lembra que as exportações ainda representam menos de 1% da produção nacional.

Por isso, num primeiro momento, os impactos sobre o mercado interno tendem a ser mais limitados — ao contrário de outros segmentos do agro mais expostos ao comércio exterior.