Mato Grosso do Sul

Diagnóstico inédito propõe ações para transformar a pecuária no Pantanal

Estudo detalha desafios, potencial e soluções para modernizar cadeias como bovinocultura, apicultura e piscicultura no Mato Grosso do Sul

gado
Foto: Mairinco de Pauda/Semadesc

Um novo olhar para a pecuária do Pantanal começa a tomar forma com a entrega, realizada na quinta-feira (3), do diagnóstico que embasa o Plano de Fortalecimento das Cadeias Pecuárias do Pantanal de Mato Grosso do Sul (MS). A iniciativa, liderada pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), visa identificar gargalos e propor ações para modernizar e ampliar a competitividade das cadeias produtivas da região, sem abrir mão da conservação do bioma.

Com mais de 300 anos de tradição na bovinocultura, o Pantanal representa cerca de 27% do território sul-mato-grossense e responde por 6,8% do PIB estadual, segundo o governo do estado. Hoje, abriga mais de 4,2 milhões de cabeças de gado, o que equivale a quase um quarto do rebanho do estado. Apenas em 2024, a comercialização de bezerros e bois movimentou mais de R$ 5 bilhões.

“Elaboramos um amplo diagnóstico para entender como está estruturada a pecuária em cada uma das atividades. Isso nos dá base para criar um plano de ação que leve em conta a diversidade dos pantanais”, explicou o secretário Jaime Verruck.

Além da bovinocultura de corte, o plano analisou cadeias como a apicultura, piscicultura, ovinocultura, equideocultura e criação de jacarés, com foco em identificar o status atual e potencial de crescimento de cada uma. 

A ovino­cultura, por exemplo, mostra sinais de recuperação com a valorização da raça pantaneira. Já a apicultura, que conquistou Indicação Geográfica para o mel do Pantanal, enfrenta desafios logísticos e de informalidade.

O relatório propõe medidas como criação de selos de origem, pagamento por serviços ambientais (PSA), melhoria logística e rastreabilidade do couro, além de estímulo à exportação com habilitação de novos frigoríficos.

A pesquisa, realizada pelos consultores Marcelo Rondon de Barros e Janielly Barros, abrangeu 11 sub-regiões do Pantanal, com base em dados de órgãos como IBGE, IAGRO, AGRAER e SENAR. O estudo também dá suporte ao Pacto do Pantanal, iniciativa de incentivo à produção sustentável.