Se por um lado os agricultores ainda recorrem a saberes tradicionais e subjetivos para avaliar a qualidade da terra, por outro, a análise dos índices de carbono no solo tem ganhado espaço como ferramenta técnica e estratégica para medir a saúde do solo, a sustentabilidade dos sistemas produtivos e o potencial de mitigação das mudanças climáticas.
O carbono orgânico presente no solo influencia diretamente na fertilidade, estrutura física, capacidade de retenção de água e atividade biológica. Mais do que isso, atua como um reservatório de carbono atmosférico, contribuindo para o sequestro de gases de efeito estufa.
Nesse contexto, ferramentas baseadas em biologia molecular vêm se destacando no setor agropecuário. Técnicas como o sequenciamento genético e a bioinformática aplicada têm permitido a empresas, como a GoGenetic Agro, realizar diagnósticos precisos sobre a atividade microbiana no solo e sua capacidade de capturar ou liberar carbono.
A partir desses dados, o solo passa a ser entendido como um organismo vivo, cujas funções biológicas impactam diretamente a produtividade das lavouras. O mapeamento das comunidades microbianas, como bactérias e fungos, permite identificar funções-chave, como fixação biológica de nitrogênio, solubilização de fósforo, degradação da matéria orgânica e controle natural de patógenos.
Esses laudos técnicos geram recomendações de manejo personalizadas, com base em evidências científicas. Segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), cada 1% adicional de carbono orgânico pode aumentar em até 20 mil litros por hectare a capacidade de retenção de água no solo, um diferencial em épocas de estiagem.
Além disso, estudo da Universidade de Cornell (EUA), publicado na revista Soil Biology and Biochemistry, mostrou que a análise metagenômica é capaz de identificar microrganismos eficientes na ciclagem de carbono, o que pode acelerar a adoção de práticas agrícolas regenerativas com base em dados concretos.
Na prática, monitorar o carbono do solo representa não apenas um ganho ambiental, mas também agronômico: solos mais saudáveis oferecem maior resiliência a estresses climáticos e melhor resposta ao manejo, ampliando a produtividade e a rentabilidade no campo.
Quer aprender mais sobre o papel da sustentabilidade no agro? Leia o nosso conteúdo: O que é ASG?