
Produtores de algodão e soja do Oeste da Bahia estão utilizando o aplicativo MonitoraOeste para reduzir o uso de defensivos agrícolas, melhorar o manejo fitossanitário e diminuir custos e impactos ambientais. Desenvolvido pela Embrapa em parceria com a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), o app fornece mapas de risco e alertas em tempo real sobre as principais doenças e pragas que afetam as lavouras da região.
Por meio da combinação de dados climáticos, estatísticas de campo e modelos matemáticos, o MonitoraOeste identifica as condições ideais para o surgimento e desenvolvimento da mancha-da-ramulária do algodoeiro, ferrugem asiática da soja e do bicudo-do-algodoeiro — três das maiores ameaças à produtividade.
“O que o MonitoraOeste faz é reunir dados e transformá-los em informações para mostrar quando o ambiente está mais propício ao desenvolvimento das doenças”, explica Julio Cesar Bogiani, pesquisador da Embrapa Territorial.
Com essas informações, o produtor pode decidir quando aplicar ou evitar defensivos, saindo de um calendário fixo para um modelo mais racional e localizado. Isso permite reduzir o número de aplicações, mantendo a eficácia do controle fitossanitário — e diminuindo os custos e os riscos ambientais.
Segundo a Abapa, a ferramenta já contempla mais de 250 pontos de monitoramento em lavouras da região, com dados atualizados constantemente. O sistema também envia notificações de novas ocorrências, integra estações meteorológicas locais e oferece acesso gratuito a todos os agricultores da região.
“Estamos levando essa funcionalidade para toda a cadeia produtiva, mostrando que eles devem baixar o aplicativo para consultar a qualquer momento”, afirma Antônio Carlos Araújo, gerente do programa fitossanitário da Abapa.
Além da economia com produtos e maquinário, o uso do MonitoraOeste reduz a emissão de gases de efeito estufa, ajuda na conservação de habitats e diminui o risco de surgimento de fungos resistentes.
A ferramenta está disponível para celulares e computadores e representa mais um passo na digitalização do campo e no avanço da agricultura de precisão no Brasil.