Comprar ou contratar? Essa é uma das principais dúvidas que pairam sobre o uso de drones para pulverização agrícola no Brasil. A tecnologia, que já vem sendo adotada em diversas culturas, promete eficiência e redução de impactos ambientais, mas exige conhecimento técnico e atenção às regulamentações. Para esclarecer essas e outras questões, a Embrapa Soja lançou o documento “Uso de drones agrícolas no Brasil: da pesquisa à prática”, assinado pelo pesquisador Rafael Moreira Soares e pelo empresário Eugênio Passos Schröder.
A publicação, que será apresentada no Congresso Brasileiro de Soja e Mercosoja 2025, em Campinas (SP), reúne informações sobre legislação, pesquisas, experiências práticas e aspectos técnicos da aplicação com drones. Segundo Soares, os modelos mais usados são os multirrotores e os de asa fixa, equipados com sensores e câmeras capazes de mapear, monitorar e aplicar produtos de forma automatizada. “Eles representam uma tecnologia intermediária entre os pulverizadores terrestres e os aviões agrícolas”, explica.
Mas, para alcançar bons resultados, é preciso mais do que boa vontade. A operação com drones requer atenção à regulamentação de órgãos como Anac, Anatel, Decea e Ministério da Agricultura. “É importante estar ciente da legislação vigente para evitar problemas com a fiscalização e garantir a segurança das aplicações aéreas”, reforça Soares.
O investimento também merece cautela. Schröder alerta que, ao montar um negócio de prestação de serviço com drones, o custo vai além do equipamento. “O valor total pode chegar a três vezes o preço do drone, considerando acessórios, estrutura, veículos e capital de giro”, afirma.
Entre as vantagens da tecnologia estão a redução do risco ao operador, menor consumo de água e ausência de compactação do solo. Porém, ainda faltam dados para calibrar variáveis como volume de aplicação, deriva e deposição de gotas. “É um campo em constante evolução, tanto nos equipamentos quanto nas exigências das culturas”, ressalta Soares.
Com aplicações que já superam 100 hectares por dia, os drones agrícolas deixaram de ser promessa para se tornarem realidade no campo.