Foto: Wenderson Araujo/Trilux
Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Resumo da notícia

  • A forma de aplicação dos insumos influencia diretamente o controle de pragas, doenças e a nutrição das plantas, sendo o drench e o spray os métodos mais usados por produtores.
  • O spray consiste na pulverização foliar e é ideal para culturas de ciclo curto, garantindo ação rápida e ampla cobertura das partes aéreas da planta.
  • O drench é aplicado no solo, permitindo absorção radicular e efeito sistêmico mais duradouro, indicado para mudas e culturas perenes, como café e citros.
  • Cada método exige condições específicas: o spray depende do clima e da regulagem do pulverizador; o drench requer solo úmido e controle no volume da calda.
  • A agricultura de precisão vem aprimorando ambas as técnicas com drones, fertirrigação automatizada e bioinsumos, tornando o manejo mais eficiente e sustentável.

No manejo agrícola, a forma como os insumos são aplicados influencia diretamente na eficácia do controle de pragas, doenças e na nutrição das plantas

Entre os métodos mais utilizados por pequenos e médios produtores estão o drench e o spray, dois modelos distintos, com aplicações e resultados específicos. Saber quando e como utilizar cada um é essencial para alcançar melhores resultados no campo e reduzir desperdícios.

O que são os métodos drench e spray

O spray é o modelo de aplicação mais tradicional, baseado na pulverização de líquidos diretamente sobre as partes aéreas das plantas (folhas, caules e, eventualmente, flores e frutos). Ele é mais eficiente em culturas de ciclo curto e com grande área foliar exposta, como hortaliças, soja, milho e feijão, pois permite uma cobertura rápida e uniforme das folhas, ideal para o controle de pragas e doenças foliares. 

Já o drench, menos conhecido entre pequenos produtores, é uma aplicação direta ao solo, na base das plantas, permitindo que o produto seja absorvido pelas raízes. O método mostra melhores resultados em culturas perenes ou de maior valor agregado, como café, citros, uva e frutíferas em geral, especialmente nas fases iniciais ou em momentos estratégicos do ciclo, já que permite a absorção sistêmica dos produtos pelas raízes, promovendo ação prolongada e maior proteção interna da planta.

Em linhas gerais, enquanto o spray exige maior cobertura superficial, o drench aposta na absorção radicular para atingir os tecidos internos da planta. Ambos os métodos têm sua importância e podem ser complementares em diversos momentos do ciclo produtivo.

Diferenças entre drench e spray na prática agrícola

Apesar de terem o mesmo objetivo, os métodos drench e spray diferem profundamente em modo de aplicação, forma de absorção, tempo de resposta da planta e objetivo agronômico

Entender essas diferenças é essencial para que o produtor escolha a técnica mais eficiente para sua lavoura, otimizando recursos e evitando perdas.

Forma de aplicação e contato com a planta

  • Spray (pulverização foliar): o produto é pulverizado diretamente sobre as partes aéreas da planta, como folhas, ramos, flores e frutos. O objetivo é garantir uma cobertura uniforme da superfície, maximizando o contato do insumo com o tecido vegetal. Essa aplicação exige atenção ao volume, ao tamanho das gotas e à regulagem dos bicos pulverizadores para evitar deriva (perda por vento) e escorrimento.
  • Drench (aplicação via solo): o produto é aplicado ao redor da base da planta, no solo, geralmente com maior volume de calda, de forma que o ingrediente ativo seja absorvido pelas raízes. A substância penetra no solo, alcança a zona radicular e é transportada internamente pela planta, via sistema vascular (xilema). O método também pode ser feito por fertirrigação, facilitando a aplicação em áreas maiores.

Caminho de absorção e translocação dos insumos

  • Spray: a absorção é superficial, feita por estômatos e cutículas das folhas, o que permite ação rápida, mas muitas vezes com baixa translocação sistêmica. Isso significa que o efeito do produto tende a se restringir às áreas onde foi aplicado.
  • Drench: o produto é absorvido pelas raízes e segue um caminho sistêmico ascendente, atingindo diversas partes da planta, inclusive aquelas que não foram diretamente expostas. Isso torna o método mais eficaz para aplicações em que se busca proteção interna ou nutrição prolongada.

Tempo de resposta da planta

  • Spray: apresenta uma resposta rápida, ideal para situações em que o produtor precisa de ação imediata, como controle de surtos de pragas e doenças. Por ser aplicado diretamente nas folhas, o efeito pode ser percebido em poucos dias.
  • Drench: a resposta é mais lenta, pois depende da absorção radicular e da translocação do produto. No entanto, uma vez absorvido, o insumo tende a apresentar maior persistência na planta, oferecendo proteção ou nutrição por um período mais longo.

Quando usar drench e quando usar spray

Saber identificar o momento ideal para cada tipo de aplicação pode melhorar a produtividade, economizar insumos e proteger o meio ambiente.

Culturas e estágios de desenvolvimento mais adequados

  • Spray: indicado em estágios vegetativos e reprodutivos iniciais, quando há maior área foliar para absorção. Também é recomendado para culturas de ciclo curto, como hortaliças, milho, soja e feijão.
  • Drench: ideal para mudas e transplantes, pois fortalece o sistema radicular e aumenta a resistência inicial da planta. Também é útil em cultivos permanentes, como café, citros e frutíferas, nos quais o uso sistêmico proporciona maior controle a longo prazo.

Condições climáticas e fatores que afetam a eficácia

  • Spray: condições como vento, chuva e insolação intensa podem prejudicar a eficiência da pulverização. A aplicação deve ser feita em horários mais frescos e com pouca incidência de vento.
  • Drench: exige umidade adequada do solo e cuidados com o volume aplicado, evitando lixiviação ou saturação. É menos dependente do clima no momento da aplicação, mas demanda atenção ao preparo do solo.

Equipamentos necessários e cuidados na aplicação

  • Spray: pulverizadores manuais, costais ou motorizados. Exige bicos regulados, pressão adequada e calibração frequente para evitar desperdícios.
  • Drench: pode ser feito com regadores, gotejadores, ou sistemas de fertirrigação. O maior cuidado está no volume e na concentração do produto, que deve ser diluído conforme a recomendação técnica.

Ambos os métodos requerem uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), manutenção dos equipamentos e atenção às recomendações do fabricante e do engenheiro agrônomo responsável.

Inovações tecnológicas e novas práticas sustentáveis de aplicação

O avanço da agricultura de precisão trouxe inovações que tornam o drench e o spray mais eficientes e sustentáveis. Entre as tecnologias presentes no mercado destacam-se:

  • Pulverizadores inteligentes, que detectam o alvo e regulam o volume aplicado.
  • Sistemas de fertirrigação automatizados, ideais para aplicações do tipo drench em áreas maiores.
  • Uso de drones na pulverização, permitindo spray mais preciso em terrenos acidentados.
  • Bioinsumos formulados especificamente para aplicação via drench, com micro-organismos benéficos ao solo e à planta.
  • Soluções baseadas em dados climáticos, que orientam o melhor momento da aplicação.

A adoção dessas tecnologias melhora a eficácia, reduz custos com insumos e torna a atividade agrícola mais sustentável – ponto cada vez mais valorizado pelos mercados e programas de certificação.

Seja no drench ou no spray, o importante é aplicar os produtos certos, da forma correta e no momento mais adequado. O uso consciente e estratégico dessas técnicas pode fazer toda a diferença na produtividade e na saúde da lavoura

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