O mês de julho tem sido marcado por condições climáticas secas na região Centro-Sul do Brasil, favorecendo o avanço da moagem de cana-de-açúcar, segundo análise climática divulgada pela DATAGRO. Historicamente o mais seco do ano, o mês registra uma média de 24 mm de precipitação, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC).
Além da ausência de chuvas, as temperaturas noturnas e matinais seguem amenas, com mínimas entre 8°C e 12°C, enquanto as tardes têm sido mais quentes. Apesar do bom ritmo da moagem, a safra ainda apresenta atraso em relação ao cronograma inicial.
Do ponto de vista agronômico, os canaviais enfrentam dificuldades no acúmulo de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), consequência da elevada umidade nas semanas anteriores e do aumento nas impurezas vegetais. Por outro lado, as chuvas registradas no primeiro semestre impulsionam perspectivas positivas para os talhões a serem colhidos no segundo terço da safra, com maior abrangência de áreas com bom desenvolvimento fisiológico e casos pontuais de atraso no crescimento.
Mesmo com a seca, a umidade do solo ainda elevada tem contribuído para reduzir a ocorrência de queimadas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até 10 de julho foram registrados 422 focos de incêndio, número inferior ao observado no mesmo período dos últimos três anos: 615 em 2024, 560 em 2023 e 600 em 2022.
A previsão indica manutenção do clima seco nos próximos 10 dias, com possibilidade de chuvas fracas apenas na última semana de julho. As temperaturas seguirão o padrão atual, com manhãs e noites mais frias e tardes quentes.
Para agosto, os modelos apontam chuvas acima da média climatológica na primeira quinzena, embora os volumes não devam ser expressivos, devido à estação ainda tipicamente seca. As temperaturas devem variar entre na média e um pouco abaixo na maior parte do Centro-Sul.