
O secretário-executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), Édipo Araujo, afirmou, durante a COP30, em Belém (PA), que a algicultura (produção de algas) desponta como um novo campo estratégico para a aquicultura e para a agenda ambiental. A declaração foi feita no painel Seaweed and aquatic foods: blue solutions for climate resilience, promovido por organizações internacionais do setor.
Durante o discurso, Araujo destacou a relevância do cultivo de algas como solução climática emergente. “As algas constituem uma nova fronteira verde, com aplicações diversas – alimentos, bioinsumos, fibras, cosméticos, fármacos, bioplásticos, tecidos biodegradáveis e energia renovável. No Nordeste brasileiro, o cultivo de macroalgas já desempenha papel relevante na adaptação de comunidades costeiras, que reúnem condições naturais ideais e tradição pesqueira consolidada”, afirmou.
Ele também ressaltou que o desenvolvimento de iniciativas sustentáveis de pesca e aquicultura tem sido prioridade do ministério. “O Brasil possui 215 milhões de consumidores, setores alimentares maduros, 8.500 km de litoral, mais de 600 espécies nativas de algas e milhares de comunidades que podem se beneficiar da atividade. Para ampliar o papel das algas nas estratégias climáticas, o MPA estabeleceu parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para desenvolver o Inventário de Gases de Efeito Estufa da Aquicultura Brasileira, fortalecendo a base científica do setor”, completou.
Colaboração internacional
Araujo destacou que a colaboração internacional é fundamental, já que a produção global de algas está concentrada em poucos países. Atualmente, China, Indonésia e Coreia do Sul respondem por 90% do volume produzido no mundo.
Durante os debates, o secretário-executivo mencionou a intenção do MPA de atuar de forma relevante na Iniciativa Global das Nações Unidas para as Algas (UNGSI), que promove práticas sustentáveis na produção e comercialização de algas, incentiva pequenos produtores e fortalece a cooperação internacional em sustentabilidade, comércio e inovação.
A UNGSI reúne diretrizes e padrões internacionais para impulsionar cadeias de valor, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico e o uso sustentável de ecossistemas de carbono azul, além de fomentar financiamento e capacitação para o setor.