A Embrapa anunciou, na última terça-feira (13), o nascimento dos primeiros bezerros editados geneticamente no Brasil, feito que é inédito em toda a América Latina. Os animais foram fecundados in vitro e toda a pesquisa foi realizada em parceria com a Associação Brasileira de Angus.
De acordo com a empresa, o projeto busca desenvolver bovinos com maior resiliência às altas temperaturas e às mudanças climáticas, com o uso da tecnologia CRISPR/Cas9. A Embrapa confirma que cinco bezerros editados geneticamente nasceram entre o fim de março e o início de abril.
A entidade reporta que os primeiros resultados indicam “sucesso na edição genética em pelo menos dois deles”. O sequenciamento genético, feito pela Embrapa Gado de Leite (MG), confirmou a eficácia da técnica e apontou o desenvolvimento dos animais alterados com as características inseridas no código – pelos curtos e lisos para uma maior resiliência ao calor.
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A técnica utilizada promete impulsionar a adaptação de raças produtivas ao clima do país, como a Holandesa, que ainda não passou por testes, e a Angus, que gerou os bezerros editados geneticamente. A edição foi feita com a tecnologia CRISPR/Cas9, que é chamada de “melhoramento genético de precisão”.
“O CRISPR/Cas9 funciona como uma espécie de tesoura genética, capaz de editar sequências no DNA de maneira precisa, e que pode ser usada para melhorar a saúde e o bem-estar animal bem como promover características de interesse econômico”, explica o pesquisador da Embrapa, Luiz Sérgio de Almeida Camargo.
A tecnologia possibilita introduzir as edições direto nos embriões, sem necessidade de cruzamentos tradicionais para impactar gerações e fixar as características desejadas. De acordo com a entidade, o projeto focou na edição do gene receptor da prolactina, que opera no controle da temperatura corporal em bovinos.
